
Cada unidade desses milhares registra passagens de
imprudência (própria ou dos outros) em ruas e estradas cearenses, mas, acima
disso, de inconformismo com a interrupção do percurso. O POVO foi em busca de
familiares de alguns dos motociclistas descritos em número nas estatísticas e
encontrou quatro histórias de saudade.
São dores como a da aposentada Francisca Pereira de Souza
Araújo. Até hoje, quase cinco meses depois de perder o companheiro João, ao
passar pelo local em que a moto “sobrou” na curva, ela procura algo dele. Culpa
da saudade.
Gravidade
Os acidentes de motocicleta são mais graves - e,
consequentemente, mais letais - que as ocorrências de carro porque, em moto, a
proteção do condutor é, basicamente, o próprio condutor. “(A moto) não tem
cinto, para-choque, o motociclista cai direto no solo”, lembra o médico Lineu
Jucá, cirurgião vascular do Instituto Doutor José Frota (IJF). Jucá pesquisou o
perfil das vítimas de acidente de motocicleta que dão entrada no maior hospital
de traumas do Ceará.
Para o médico, seria
preciso considerar a periculosidade das motocicletas na hora de conceder a
habilitação para conduzi-las. Jucá considera que a educação para o trânsito
deveria ser conteúdo escolar e todos os municípios deveriam ter departamento de
trânsito. “Nenhuma ação está sendo feita”, alerta, citando que a situação da
violência do trânsito é epidemia - especialmente quando o assunto são as
motocicletas.
Porquê
ENTENDA A NOTÍCIA
A imprudência e os descuidos no guidom (e também no volante)
deixam cada vez mais famílias sem integrantes e fazem com que os acidentes
sejam considerados epidemia. Número de mortes em acidentes de moto cresceu 243%
em10 anos.
O povo
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